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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

A Reforma do Campus ESEFFEGO (Só Que Não) #SQÑ



A Reforma da ESEFFEGO, Só Que Não (#SQÑ)

O atual campus Goiânia-ESEFFEGO, pertencente à Universidade Estadual de Goiás, foi fundado em 1962 pelo então governador Mauro Borges. O local, que antes era uma praça de esportes da cidade, situado no tradicional bairro de Vila Nova, se tornou a primeira escola de formação de técnicos e professores de educação física do estado de Goiás. A antiga ESEFEGO (somente com um "F", pois ainda não havia o curso de fisioterapia) era uma fundação autárquica de ensino superior, e que no ano de 1999 passou a integrar a recém fundada Universidade Estadual de Goiás. Passados mais de 50 anos da sua fundação, a única reforma que a ESEFFEGO experimentou foi somente a do Ginásio I (atual Ginásio Ivo de Almeida Silva) iniciada no final de 2013, que foi totalmente reformado graças à pressão e à luta dos professores, estudantes e funcionários durante a famosa e selvagem  greve de 2013. Atualmente o campus ESEFFEGO encontra-se totalmente sucateado, com problemas estruturais gravíssimos que ameaçam a vida de pessoas que frequentam, estudam ou trabalham em seus espaços. A falta de reformas e o total abandono de um dos mais antigos campus da UEG, potencializam o sucateamento da instituição, tendo como consequência imediata  a precarização do trabalho de docentes e funcionários, além disso, promove também a falta de qualidade no ensino e na extensão ofertados aos alunos e à comunidade em geral. 
No ano de 2011, a ex-vice-reitora da UEG, Sra. Eliana França, (O governador Periggo havia criado este cargo na UEG para acomodar sua apadrinhada política) atual coordenadora da OVG (Organização das Voluntárias de Goiás), realizou uma visita ao campus ESEFFEGO e propôs a mudança do campus para o inacabado Centro de Excelência do Esporte, situado no centro da capital. Naquela época, só havia uma imensa cratera naquele local ofertado, um enorme buraco a céu aberto, cheio de lama, água da chuva e bilhões de mosquitos da dengue. Entretanto, a mudança não se efetivou, pois a reforma do  Centro de Excelência não tinha andamento. Vale lembrar ainda que a reforma do Centro de Excelência do Esporte teve início no ano de 2001, com gasto inicial estimado de R$ 15 milhões de reais, já em 2015 a reforma ainda se arrasta e a obra ainda não foi finalizada, onde o seu orçamento atual já ultrapassa o valor de R$ 100 milhões de reais (graças aos aditivos e ao sobrepreço das obras inacabadas). 
Ao mesmo tempo, em que foi oferecido este convite, engenheiros e agrimensores da AGETOP iniciaram visitas e medições de todo o terreno ocupado hoje pela ESEFFEGO no bairro de Vila Nova. Ao mesmo tempo, surgiram boatos entre os moradores do bairro, de que os lotes da região sofreriam uma grande valorização imobiliária, e o aviso era para que ninguém vendesse seus lotes ou casas naquele momento, pois a ESEFFEGO seria transferida de local, e em seu lugar haveria a construção de um grande empreendimento imobiliário ligado à gestão estadual. Já em 2014 veio a confirmação do boato, a implementação do famigerado e eleitoreiro projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que substituiria o atual Eixo Anhanguera. Um sistema de transporte caro, lento e que transportaria menos passageiros do que o atual BRT do Eixo Anhanguera. (Vale a pena lembrar que o caríssimo VLT de Cuiabá (MT), prometido como grande legado da Copa, está também inacabado e abandonado.) 
Iniciaram ainda em 2014 algumas demolições e desapropriações nas proximidades do Terminal Praça da Bíblia, também no bairro de Vila Nova e bem próximo da ESEFFEGO. Não por coincidência, veio novamente em 2015 o convite de mudança da ESEFFEGO para o centro da cidade (Centro de Excelência do Esporte). Tudo indica que a intenção é mesmo utilizar o terreno da ESEFFEGO como uma futura estação do VLT, e os boatos dos moradores da Vila Nova não eram apenas boatos, eram de fato histórias verdadeiras que se confirmaram. 
Não é de assustar o golpe do governo em promover a desocupação da ESEFFEGO, já que o mesmo tentou em 2013 a desafetação de várias áreas públicas na capital e no interior, áreas estas situadas em regiões nobres e estratégicas para venda e arrecadação de dinheiro na campanha eleitoral de 2014, mas tais iniciativas foram felizmente barradas pela justiça estadual. E agora em 2015 o governo já informou pela imprensa que irá retomar a venda de várias áreas públicas novamente, para aumentar a arrecadação do tesouro e tentar aliviar a falsa "crise financeira" propagada pelo governador Periggo, como forma de intensificação do ajuste fiscal e das implementação das políticas de austeridade sobre os trabalhadores e sobre a classe mais pobre de Goiás, a fim de promover a reprodução do grande capital espoliador internacional. Estes fatos ajudam a entender a intencionalidade da não reforma do campus ESEFFEGO, a estratégia é sucatear ao máximo e depois obrigar a mudança do campus, sob a desculpa de estar velho demais e de não prestar mais.
Como se não bastasse, vale ressaltar ainda que a indústria do fitness, ligado à educação física, é o ramo comercial que mais cresce no Brasil, segundo a ACAD (Associação Brasileira de  Academias de Ginásticas) o número de academias no país cresceu mais de três vezes em apenas 5 anos, saltando de 9.300 academias em 2007 para  21.700 academias em 2012, com faturamento estimado em mais de US$ 2,5 bilhões de dólares anuais. Somente em Goiás já somam 930 estabelecimentos, sendo já o 10º estado no Brasil com o maior número de academias instaladas. E por de trás desta mercantilização do corpo, existe a propaganda enganosa da prática de exercício físico ligada à saúde, o estereótipo do corpo perfeito (corpolatria), a falácia da qualidade de vida ligada às academias de ginásticas e também a grande mentira da saúde como sinônimo de ausência de doenças. A indústria fitness é sustentada, além dos fabricantes de roupas, academias, equipamentos, serviços e suplementos alimentares, também por universidades privadas que ofertam os cursos de bacharelado em educação física, com uma formação tecnicista e totalmente despolitizada, formando apenas técnicos e tarefeiros de academias,mas que são a mão de obra perfeita para este ramo de mercado, a formação de um exército de escravos sobre a forma de estagiários e de professores de educação física mal remunerados, sem vínculo empregatício, que são explorados cotidianamente nas suntuosas academias, recebendo em troca míseros salários, e que promovem a crescente reprodução da mais valia do capital fitness em Goiás. 
Vemos assim que  a não reforma da ESEFFEGO também atende aos interesses do capital privado (fitness), diminuindo a concorrência para com as universidades privadas, despolitizando a formação dos professores de academias, deslocando os estudantes dos cursos de educação física da UEG para se tornarem clientes na universidades privadas (fábricas de diplomas), com suas mensalidades estimadas em mais de mil reais (R$ 1.000,00). Vale lembrar ainda que o próprio governador Periggo, é também um grande empresário do ramo do ensino superior privado, sendo sócio de universidades particulares em Goiás. As próprias bolsas da OVG, concedidas pelo governo estadual aos estudantes matriculados em universidades particulares, cujo financiamento público sustenta todas as universidades privadas do estado, são uma forma velada de privatização e sucateamento da educação pública superior ("privatização branca"). Já é comprovado que um estudante que recebe uma bolsa da OVG e que estuda em universidade particular, custa muito mais caro ao tesouro estadual do que os próprios alunos da UEG, ou seja, seria possível que todos os bolsistas da OVG estudassem em uma universidade pública e gratuita, por um custo inferior ao atual pago pelo governo às universidades particulares. Mas por de trás destas onerosas bolsas da OVG, reside o paternalismo, o populismo e a demagogia do atual governador Marconi Periggo, que utiliza este instrumento (dinheiro público) como capital eleitoral e fonte de votos em tempos de eleições. 
Com todo o dinheiro que é transferido dos cofres públicos para as chamadas fábricas de diplomas (universidades privadas), via bolsas universitárias (bolsas da OVG), seria possível até mesmo a eliminação do vestibular com a ampliação de vagas e a construção de uma política plena de assistência estudantil no ensino superior em Goiás.
Sendo assim alertamos a todos os alunos, professores e funcionários do campus Goiânia ESEFFEGO que lutem pela reforma imediata dos prédios e das instalações do campus, realizando o enfrentamento contínuo ao governo e se mobilizando contra a mudança da ESEFFEGO para outras regiões ou localidades, não aceitando sair do campus, mesmo que se inicie a reforma prometida, pois a comunidade universitária da ESEFFEGO saindo do campus, não terá garantia nenhuma de retorno ao mesmo local no futuro. Vale a pena lembrar que o Colégio Estadual IEG (Instituto de Educação de Goiás) vizinho da ESEFFEGO no Bairro de Vila Nova, teve as suas obras de reforma iniciadas em 2010, e até hoje não foram finalizadas, e eles permaneceram nos prédios mesmo com a reforma em andamento. 
Mobiliza ESEFFEGO! Mobiliza UEG!

MOVIMENTO MOBILIZA UEG





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